Como são os critérios atuais que os médicos usam para diagnosticar o Transtorno Borderline de Personalidade?
R- O instrumento diagnóstico mais usado atualmente pelos médicos é o DSM-IV ( Manual Estatístico e Diagnóstico, , editado pela Associação Psiquiátrica Norte-Americana) , que estabelece os seguintes critérios.
Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, auto-imagem e afetos, com acentuada impulsividade começando no início da vida adulta e presente numa variedade de contextos, como indicado por cinco ( ou Mais) dos seguintes:
-esforços desesperados para evitar abandonos reais ou imaginários:
-um padrão de relações interpessoais instáveis e intensas, caracterizadas pelo alternância de extremos de idealizações e desvalorização;
-perturbações de identidade: auto-imagem e sentido de self (sentido de ser a própria pessoa, contato com a interioridade) acentuadamente e persistentemente instáveis;
-impulsividade em pelo menos duas áreas que são potencialmente lesivas à pessoa (self) -compras,sexo, abuso de substâncias, direção perigosa e exageros alimentares;
-comportamento suicida recorrente, com tentativas e ameaças ou comportamentos auto-mutilantes;
- instabilidade afetiva devido a acentuada reatividade de humor ( por exemplo, disforia, episódica intensa, irritabilidade ou ansiedade usualmente durante poucas horas e só raramente mais que uns poucos dias.
-sentimentos de vazios crônicos;
-raiva inapropriada e intensa ou difícil de controlar ( por exemplo, ataques frequentes de mau humor, raiva constante, agressões físicas repetitivas);
-ideação paranóide passageira, relacionada ao estresse ou sintomas dissociativos severos.
Como é o quadro clínico típico de uma pessoa que apresenta Transtorno Borderline de personalidae?
R-A situação mais usual do portador desse transtorno é a pessoa com graves alterações em várias áreas de seu funcionamento:
-escolaridade interrompida, sem uma carreira profissional definida. Os objetivos mudam rapidamente e nada é levado adiante. São pessoas que estão muito defasadas com os pares que não tiveram interrupções nas suas metas;
-relações interpessoais muito perturbadas dentro da família e fora dela. Brigas constante e agressões físicas não são raras.
qualquer atrito com um chefe ou superior adquire uma proporção muito grande, levando ao abandono do trabalho. A relação com professores é muito complicada e tumultuada, dificultando o prosseguimento de estudos. As relações de amizade são quase inexistente;
- é frequente o envolvimento com bebidas alcoólicas e outras drogas, o que às vezes, leva a extremos de violências e envolvimentos em atividades ilegais. a droga é um grande complicador para quem já tem um funcionamento bastante precário;
-variação muito grande no humor, com frequentes ataques de fúria, que, em geral, são de curta duração.
-condutas manipulativas- os portadores de TBP estão sempre negociando com pessoas à sua volta, não para obter vantagens ou tirar proveito dos outros, mas para tentar uma afirmação de si próprios.
Eles parecem estar sempre perguntado: " Quem está no controle da definição desta situação de mim mesmo? E da realidade? Como ficam extremamente fixados nessa questão do exercício de controle, de poder e competência, há um grande prejuízo para as relações interpessoais e a conquista de realizações pessoais e materiais.
Em resumo,são pessoas que têm os seus familiares e pessoas próximas aterrorizadas por suas condutas agressivas, sua imprevisibilidade, suas rápidas mudanças, seus ataques de ira, suas ameaças de suicídio, de automutilação e provocação de acidentes. Tudo isso se alterna com momentos onde a pessoa é afável e carinhosa
Raramente a pessoa tem um funcionamento mental psicótico. Isso ocorre, em geral, em momentos de grande estresse e tem curta duração.Tipicamente, o portador de TBP tem um discurso coerente, fala coisas com lógica e adequação, não está desorientado e, quando a família relata a estranhos os problemas que está enfrentando com a pessoa acometida, as pessoas, às vezes, duvidam do que ouvem relatar.
O que se pode dizer do tratamento das pessoas com TBP?
R- São tratamento complicados e frequentemente invadidos pelas dificuldades de relações interpessoais do portador de TBP. Fazer o médico fracassar em suas tentativas de ajudar tornar-se, com frequência, o item mais importante. As queixas e reclamações são frequentes e, em seis meses, a metade dos pacientes que iniciam um tratamento já o terão abandonado. Estima-se que apenas 10% dos pacientes façam um tratamento até o final. Os tratamentos que apresentam os melhores resultados são aqueles que envolvem , psicoterapia, medicação (quando indicada), orientação ou terapia familiar e medidas de reabilitação.
Podemos sintetizar o mais comumente observado nos tratamentos em quatro itens:
-os efeitos da medicação são modestos.
Não existem medicamentos para mudar o caráter de uma pessoa. os pacientes passam de severamente prejudicados a moderadamente prejudicados,
-a medicação funcionar melhor em um plano de tratamento que inclui suporte à família e estrutura social do paciente e psicoterapia. Essa combinação de esforços melhora a aderência e a confiança no tratamento, minimizando o comportamento autodestrutivo.
-não há estudos que possam dar garantia da segurança de medicamentos mantidos por prazos longos com caráter preventivo, e a medicação por tempo prolongado spo deve ser mantida com persistência dos sintomas ou extrema vulnerabilidade:
-o TBP permanece como uma síndrome heterogênea e não há " tratamento de escolha". Neurolépticos, anticonvulsivantes, estabilizadores de humor, antidepressivos e outros agentes farmacológicos podem ser usados segundo a especificidade de cada paciente.
Estudo pessoal -Berenice Domiciano Psicopedagoga Cristã